Uma Flor Amarela

Uma flor amarela,

Na selva de pedra...

Me lembrou o ouro dos teus cabelos.

Me deslumbrou,

E-feito teu, em mim, ficou.

O rio à frente,

O sonho concretizou...

Ao meio... das pernas, mar!

Forte corrente.

A mulher de mil faces,

A mim, instigava, com algumas frases...

E eu, virei homem de fases:

Não sabia do que se tratava,

Se tu era princesa ou quem eu enfrentava.

Nenhuma musa é eterna,

Mas todas são eternizadas...

O que me entristece,

É que tu é cheia de si,

E eu, com a certeza que de ti

Só o platônico.

Então são fios de ouro

Crescendo em ti,

Como flores amarelas.

São rios as pernas

E mar, ao meio delas.

É postura indefinida

Tão solúvel, quanto a vida.

De ti só o platônico.

Da-Vi-da, beijos só de despedida,

Na minha bochecha rosada que fica,

Com a dúvida:

Será que sou também uma alternativa?

Eu Lua

Estava tudo escuro,
Você veio como o Sol,
Entrou pela porta!
Foi embora...
Levou a chave!
Fechou as janelas!
Tapou as frestas!

Toca-se o hino...
No silêncio, um grito!
Mas as vezes você vem,
Me deslumbra,
Me alimenta,
Mas não fica.

Eu Lua, afasto você Sol...
Mais uma vez,
Vai embora,
E será que volta?

Com precisão aparece,
Me poupa da morte...
Ou não, me consome!
Sem norte,
Quarto do pânico,
Casa viva.
Senzala mental.
Feito droga
Causou em mim esse efeito colateral.
Você é poesia!
E eu? Poeta banal.

Estou em cárcere privado dentro de mim, por ti.

- Dente de Leite-

Mulheres Oceanos

Você mexe comigo,
Tipo navio  em tempestade.
Eu não sou mar.
Impossível não (a)mar.

Tu me conduz!
Descarta a bússola,
Estrela maior, Úrsula.
Tu é aquela boa luz,
Que não importa para onde conduz,
Sempre me leva para o lado certo.
Mesmo com o Norte sendo o oposto,
Nada faz tanto sentido quanto o teu Sul.
Não tem essa de te encosto!
Contigo o céu é sempre azul.

E eu feito marinheiro,
Tu sereia, seduz,
Que cruz.
E eu feito fazendeiro,
Tu areia, reduz,
Que truz.

É ipê... é lindo de se ver, mas faz uma sujeira!
Mas essa é a vida,
Ela a tudo está sujeita.
Se for amor, ela não rejeita.
Flor, tudo se ajeita.

Se você é livre para procurar
A liberdade, logo a de achar!

Complementação

Tem saudade que alimenta,
Tem saudade que destrói,
A esperança...
Como esta coisa ainda me dói!

Não sei se devo partir...
São tantas as imperfeições.
São poucas as ligações.

Viver a se corrigir,
Meu lugar não é aqui!
Mereço o céu!
Mereço é ficar longe de ti.

Mas toda vez que penso,
Em como deveria viver
Começo apenas a sobreviver,
E acabo onde comecei...
Pensando...
Se eu for e ver
que não tem nada melhor,
Que eu nunca vou ter,
Quem eu sou.
Porque amor trata-se de complementação
E não de perfeição.

Quando as paixões se misturam, poesia rima com comida...

Paixão e aquela fritura bem gordurosa, que faz mal mas é a melhor coisa do mundo.

Amor é aquela salada bem elaborada, saudável e equilibrada.

E o amor sem paixão não serve para nada além de nos nutrir, mas quem aguenta viver só comendo salada?

Te faz bem, mas enjoa, assim como a paixão quando você só come ela sem a salada.

Seja loucamente apaixonado pelo seu amor, ou a salda vai oxidar e a fritura esfriar!

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Algumas pessoas valem mais do que outras e eu acho isso divino, quase sempre... Menos quando vejo quanto eu estou valendo.

No mercado da vida, cheio de iguarias, eu sou a fava de baunilha, item barato quando aos pouco comprado, que fica escondido entre os temperos caros, mas se você souber me usar vou além de ótimas receias, posso até o açúcar aromatizar...

Você para mim e como sal de truta, mais caro que o quilo do ouro, fico bom em qualquer lugar e sei que gosto mesmo sem nunca ter provado...

Talvez você se enxergue como uma fava de baunilha também, mas saiba, seja lá você baunilha, tomilho, alecrim ou truta, para mim, você serve para temperar a vida. E seu valor vai muito além do preço do ouro, seu valor é imensurável!