29/08/2015

Um Pedido Desesperado

Não sei se é a saudade,
Ou a fumaça que invade os meus olhos,
Mas algo o irrita, algo dói.

Não é fácil viver assim,
Te ver de longe.
Aos poucos,
Em fotos,
Em cigarros,
Em bebidas.

Talvez sentar e tomar um café,
Só para ter a certeza de que tudo passou,
Ou ter a incerteza das minhas escolhas.

Queria tocar a sua pele uma última vez.
Dizer um verdadeiro adeus.
Me culpar e chorar.
Ouvir a sua voz se dissipando no vazio da minha mente.
Coçando a superfície da lente.

Eu sei que é saudade!
Mas acendi um cigarro para confundir sua presença,
E acabei me confundindo.
De novo.

Só mais um olá,
Para um último adeus.
Só para nunca mais ler
"Este produto contém mais de 4.700 substancias tóxicas"
Para descobrir que nenhuma é o seu amor.
Ou melhor... é!

É um poema simplista,
De quem não entende nada da vida.
Só para explicar que nem tudo passa...
Mas o tempo passa e nos ultrapassa.

-Dente de Leite-
 

16/08/2015

Tua Pele

Tua pele é composta por um alfabeto novo,
Com letras únicas.
Formando palavras impronunciáveis,
Que constroem cada grama do teu corpo.
E quando os meus dedos a tocam
Ouve-se a singular sinfonia.
Então nos esquecemos do mundo
E de si.
Com as palavras da pele criamos um nó,
E assim entendemos que já somos um só.

Mesmo na correria do dia a dia
Ainda encontramos o amor,
Suportamos a dor,
Vivemos com vigor.
Ainda acreditamos na felicidade,
Na cumplicidade,
E quem diria
Ainda acreditamos na calmaria,
Na fidelidade,
E na rima.
A qual, só o encontro dos nossos corpos geraria.
No poema que fica do confronto dos nossos olhos.
Da sinfonia das nossas sílabas
E que haja audição,
Para entender a harmonia,
De ser um ser
Em calmaria