09/05/2014

PARA SEMPRE, como sempre.

E então eu chorei.

Eu acordei esta manhã e chorei.
Chorei porque não me amava,
Chorei porque não te amava,
Eu chorei.

E depois de abrir a janela,
E perceber que as lagrimas tinham um efeito lindo
Quando se contrapunham ao sol,
Chorei mais uma vez.

Quando vi que você não me amava, chorei
E por isso não me amei essa manhã,
E por isso não te amei aqueles meros instantes.

A verdade é, que eu sempre acordo chorando,
Mas hoje me espantei com a falta de amor.
Sempre choro por amar demais.
Será que estou doente?
Isso só pode ser algum tipo de loucura,
Que tipo de pessoa sã não ama?

Creio eu, que até os loucos amem,
Há uma grande possibilidade deles terem o inventado.
Nada mais coerente que os loucos terem criado o amor.

Será que me tornei sã?
Se loucura está ligada ao amor,
E amor eu já não sinto, eu sou sã.

Como conviver com isso,
Com essa normalidade e essa apatia?
Quem vive para ser direito?
Quem consegue viver são?

Pessoas racionais,
Morrem assim, sãs, sozinhas.
Quando elas se tornam racionais,
Elas já morreram,
Afinal viver sem amor não é coerente.
A vida sem amor é uma condenação sem fim.

Então eu estou morta?

E num simples pensar, lembrei de tudo,
Ah... Quanto amor que eu senti agora.
Tudo não passou de ilusão.

De algum modo eu sabia,
Que eu nunca esqueceria,
Esse amor.

Espero que amanhã eu acorde chorando.
Que eu chore por não me amar
Que eu chore muito.
Mas que seu amor não me pregue outra peça,
Que seu amor viva.
PARA SEMPRE, como sempre.



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